//Parnaso de Além-Túmulo, o livro de poesias psicografado por Chico Xavier

Parnaso de Além-Túmulo, o livro de poesias psicografado por Chico Xavier

O livro Parnaso de Além-Túmulo é uma obra especial, não só por trazer versos de grandes nomes da poesia brasileira e portuguesa, mas também por ser o primeiro livro psicografado pelo médium Chico Xávier, quando ele tinha apenas 22 anos de idade, marcando o início de sua caminhada como um dos maiores e mais expoentes autores do espiritismo.
A primeira edição do livro foi publicada em 1932 pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e anos depois, em 1955, teve sua edição definitiva com uma coletânea de 56 autores e pouco mais de 250 poemas. Dentre os autores psicografados no livro estão nomes como Olavo Bilac, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Casimiro de Abreu, Cruz e Souza, Antero de Quental e vários outros.
Parnaso de Além-Túmulo é uma obra para ser apreciada por qualquer amante de poesia, mas especialmente por espiritas que reconhecerão nos versos muitas das mensagens do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Obtenha o livro gratuitamente na livraria virtual da FEB ou procure por ele na biblioteca da sua Casa Espírita.

Ideal

Na Terra um sonho eterno de beleza
Palpita em todo espírito que, ansioso,
Espera a luz esplêndida do gozo
Das sínteses de amor da Natureza;

É ansiedade perpetuamente acesa
No turbilhão medonho e tenebroso
Da carne, onde a esperança sem repouso
Luta, sofre e soluça, e sonha presa.

Aspirações do mundo miserando
Guardadas com ternura, com desvelos,
Nas lágrimas de dor do peito aflito!…

Mas que o homem realiza, apenas, quando,
Rotas as carnes, brancos os cabelos,
Sente o beijo de glória do Infinito!…

Olavo Bilac

À Juventude

Juventude linda e ardente
Mocidade querida que eu exorto,
Meu coração  de carne, esse está morto,
Mas minha alma que é eterna está presente.
Zelai pelo plantio, ó juventude,
Das flores perfumadas da virtude,
Porque depois dos sonhos terminados
Em nossos ermos e últimos caminhos,
Ai! Como nos ferem os espinhos
Das belas rosas rubras dos pecados!

Cármen Cinira

Incognoscível

Para o Infinito, Deus não representa
A personalidade humanizada,
Pelos seres terrenos inventada,
Cheia, às vezes, de cólera violenta.

Deus não castiga o ser e nem o isenta
Da dor, que traz a alma lacerada
Nos pelourinhos negros de uma estrada
De provação, de angústia e de tormenta.
Tudo fala de Deus nesse desterro
Da Terra, orbe da lágrima e do erro,
Que entre anseios e angústias conheci!

Mas, quanto o vão mortal inda se engana,
Que em sua triste condição humana
Fez a essência de Deus igual a si!

Antero de Quental